Há um tempo eu venho refletindo sobre a minha vida e cheguei na difícil e necessária conclusão para seguir em frente: eu não preciso fazer algo só porque eu sou boa naquilo. Sim, estou falando de trabalho, mas pode servir para qualquer outra coisa onde o prazer e a utilidade se entrelaçam.
Aos poucos, com muita fumaça na cabeça e conversa em terapia, eu fui percebendo que o que eu fazia, na verdade, era fonte de muita angústia para mim. No início eu até achava confortável e me vi seguindo aquele caminho, mas entendi que a sensação de estar gostando estava ligada à recompensa daquele lugar que eu ocupava, ou seja, ao retorno financeiro. Aí eu me peguei no seguinte dilema: o dinheiro compensa a minha falta de paz mental? E para ser sincera, por um tempo compensou.
Até o momento que minha saúde mental mostrou que ela vale muito mais.
Sim, eu era boa naquilo e o retorno era bom, mas eu fui perdendo o prazer ao longo do tempo e também a minha vitalidade. Demorei muito para perceber que eu havia dado sinais desde o começo de que, talvez, não fosse a coisa certa a ser feita, mas por achar que eu deveria tentar porque eu tinha investido muito tempo (e dinheiro) naquela posição, eu tinha que fazer e gostar! Mas eu não consegui sustentar isso por muito tempo...
Primeiro vieram os insights de que eu não estava mais confortável com a situação; depois a percepção de que eu tinha condições de parar com aquilo; mais tarde a decisão de parar de fato; e no fim, a paz interna de parar de fazer algo que estava me tirando dos eixos.
E desse processo eu entendi que eu não precisava fazer algo que me dava retorno e era útil só porque eu sabia fazer e até era boa naquilo. O prazer e a vitalidade já estavam muito longe de mim e a parte negativa vinha crescendo cada vez mais, obstruindo qualquer raio de luz que quisesse passar.
Entendo que, muitas vezes, é um privilégio poder sair de um lugar que não está fazendo tão bem, mas te convido a pensar no que você tem feito por utilidade que não envolve prazer e se isso está te custando algo muito caro: você mesmo.
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