Você nasce, cresce e desenvolve seus gostos, aptidões e habilidades
Você trabalha nessas aptidões, alimenta os gostos e isso se torna tudo o que você quer fazer
Mas aí você percebe que você ainda não terminou de crescer e que o mundo espera diferente de você
Talvez não os seus pais, porque eles sempre te incentivaram a fazer o que você gosta
Mas o mundo acelerado que cobra produtividade e resultados contínuos e exaustivos
E aí, para dar o que esperam, você acaba deixando de lado suas paixões
Elas parecem infantis mesmo, então não é problema
Pensando bem, continuar com elas dá até vergonha...
E assim você se molda para se encaixar em moldes externos
Os quais você nunca pertenceu em um primeiro momento
Nunca nem quis, se refletir profundamente
Você deixa de praticar um esporte que tanto gosta
Deixa de desenhar
Deixa de criar
Deixa de ler
Deixa de ser
Para poder existir a partir do que o mundo espera
Começa a existir para produzir, dar resultado, ganhar dinheiro
Para não ter quase nada na vida além de muito trabalho e pouco proveito
E de alguma forma, você entende que nada disso pode coexistir com os seus gostos
Então você abandona tudo e foca no seu novo ser
O ser de uma parte só: o trabalho
(ou o ser adulto?)
Você se dedica
Estuda, trabalha
E acha que tá feliz
Você é até bom nisso...
Mas o tempo passa
E falta algo
No fundo, você sabe que falta
E, devagar, as coisas começam a perder o sentido
A vontade e a motivação são esvaziadas
Você já não vê sentido em produzir tanto
Quer a naturalidade das coisas de volta
Quer a leveza da infância
E isso não significa, necessariamente, que quer voltar a ser criança
Mas voltar a fazer algo que te dê prazer
Que faça sentido
Porque viver é dar sentido, é sentir
E você começa a se perguntar
Porque eu parei?
O que tinha de errado?
O que tinha de tão vergonhoso?
Por que eu abandonei a minha paixão por histórias?
A minha facilidade com as palavras?
A minha forma de estar no mundo?
E aí você entende que as duas coisas podem coexistir, sim
Que o trabalho não exclui o prazer
E que se for trabalhar com algo que gosta, melhor ainda!
Que as paixões não ficam esquecidas por muito tempo
Muito pelo contrário...
Elas ficam ali, latentes, pulsando, querendo sair
Porque a gente cresce achando que o que a gente gosta não é válido para existir
Não dá certo
Não conta
Não funciona
Não serve
Não precisa
não, não, não
Crescer é abandonar os nossos sonhos? Ou saber como trazer eles para a realidade?
Trabalhar é perder o sentido? Ou pode ter mais na vida além do suor?
Somos ensinados a deixar de sentir prazer?
A abandonar os nossos sonhos?
A entender que trabalho não pode ser prazeroso?
A jogar longe tudo aquilo que não tem a ver com o trabalho?
Mas quem vive tanto tempo distante de si?
Quem vive todo o tempo com uma parte só?
Quando você joga longe as suas paixões
Elas voltam como um boomerang
Quando você se coloca lá no fundo
Uma hora você aparece pedindo pra respirar
E você se redescobre olhando para as suas paixões
E a vida volta a ter sentido
E você se torna inteira de novo
Fiquei emocionada, muito obrigada!
ResponderExcluirMuito bom quando vivências se cruzam! <3 Obrigada pelo comentário!
ExcluirFico muito feliz em ver você de volta escrevendo no blog! Mal posso esperar para acompanhar os próximos posts. Sucesso sempre!
ResponderExcluirAii, fico muito feliz com o comentário! Muito obrigada <3
ExcluirSuas palavras transmitem paz. Você tem Dom! Ansiosa pra te acompanhar por aqui ❤️
ResponderExcluirAi amiga :') Muito obrigada! <3
ExcluirAmei tanto! Fez tanto sentido pra minha vida, me senti abraçada pelas frases! Continue escrevendo giu! ❤️ Ansiosa para os próximos bj isa cunha
ResponderExcluirAhh, muito obrigada! Fico feliz que tenha ressoado bem por aí! <3
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