Todos os meus textos aqui postados são frutos de reflexões que eu tenho durante os meus dias ou sobre algo que vem ocupando a minha mente por um bom tempo. Às vezes, a própria escrita é uma maneira de refletir e até de ressignificar. Escolho postar aqui não só para dar vazão às minhas palavras, mas também para cruzar com o caminho de alguém que possa se beneficiar de alguma forma. Por isso, sigo muito o meu feeling, prestando bastante atenção no que realmente precisa ser escrito/refletido, não me amarrando a cronogramas de postagem que tolheriam a minha criatividade e fluidez. Confesso que nem sempre tenho vontade de escrever ou nem sempre tenho algo sobre o que escrever, mas também aprendi que as melhores reflexões partem do desconhecido e do desamarrado. Acho que hoje é um desses textos.
Andei pensando muito sobre os fardos que a gente escolhe carregar na vida. Até acho que essa ideia de “escolher” carregar não é familiar para muitas pessoas. Para quem não sabe, eu sou formada em Psicologia e tenho um forte pé na Psicanálise, por isso sempre reflito sobre o que é consciente e o que não é. Em terapia, depois de muuuuito repetir e quebrar a cabeça, aprendemos que temos responsabilidades frente ao que nos queixamos e temos a opção de querer deixar para trás o que nos aflige. Parece muito radical pensar assim, mas é verdade.
A gente escolhe deixar mudando de perspectiva, dando um novo sentido ao que aconteceu ou até mesmo perdoando. Mas tem muita pessoa que se apega à dor porque é justamente aquilo que dá sentido no dia a dia. É como se, deixando o fardo para trás, a pessoa não tivesse mais nada. Não sobraria nada, porque a vida, até aquele momento, foi sobre ser pesada e dolorosa.
Acredito que muita gente tem medo de desapegar da dor por não saber o que pode enfrentar pela frente. Porque a vida sem discussões, ressentimentos, brigas e angústias parece insuportável. Porque ter que reaprender a conviver, respeitar e amar parece ser muito trabalhoso.
Tem gente que acha conforto no que é desconfortável, por mais que doa muito.
E muitas dessas coisas aparecem de um jeito inconsciente, automático, repetido sem nem perceber. Mas, depois que você passa por um processo de se desarmar, se vulnerabilizar e se avaliar, o peso acaba sendo uma escolha. Aí que entra a sua responsabilidade na desordem de que você se queixa (um pensamento que nasceu de Freud, viu?!).
Eu poderia dar mil exemplos, mas acho que não teria a possibilidade de aprofundar, até porque cada um pode se apresentar de jeitos diferentes para cada pessoa. E a vida é muito mais complexa do que um mero exemplo - mas pode servir para qualquer coisa, é só refletir!
O que eu quero passar com isso é que temos opção. Na maioria das vezes, temos opção!
É muito melhor soltar o peso e encarar o desconhecido de uma vida que pode ser muito mais leve e bonita do que passar o resto da vida subindo uma montanha com uma pedra gigante nas costas, te impedindo de viver bons momentos com novos significados e sentidos.
Que escolhamos deixar as pedras.